Não há dúvidas quanto ao
progresso trazido pelas descobertas científicas em inúmeros campos, mas, assim
como alguns autores de textos lidos acerca do assunto, fico me perguntando: a
que preço?
Outras dúvidas ficam a
pairar quando tento aprofundar o assunto: os cientistas observam passivamente
seus objetos de estudo ou veem de acordo com seus interesses? Existe
neutralidade nas pesquisas ou elas são marcadas pela política e economia? De
que modo as descobertas científicas possibilitam à humanidade melhor capacidade
de decisão frente aos problemas cotidianos? E quanto ao fato dos cientistas
terem se tornado os grandes mitos de nossa sociedade? Que perigo isso
representa? Se eles são os seres pensantes deste século, isso exclui o restante
da sociedade (os não-cientistas) de pensar?
As reflexões que me proponho
a fazer ao ler o texto são as que todos deveriam fazer - questionar as máximas
impostas. Raramente isso acontece. Aceitamos e nos subordinamos ao que a
ciência nos impõe, acreditando fielmente que aquilo está correto, já que os
cientistas são pessoas com um alto grau de conhecimento acerca do objeto
estudado.
O fato dos cientistas terem se
transformado em mitos é algo perigoso, uma vez que isso induz o comportamento e
inibe o pensamento. As inúmeras especializações não fazem com que as diversas
ciências caminhem juntas, pelo contrário, cada especialista fica
"cego" para as áreas que lhe são desconhecidas. Comparo isso à lente
de uma câmera fotográfica, quanto maior o zoom que usamos menor é o ângulo de
visão que temos.
Outras questões que surgiram
com as leituras... Se o conhecimento científico se propõe a resolver problemas
comuns aos homens, porque este conhecimento não serve, de fato, para todos os
homens? Faço esta crítica, pensando na relação entre ciência e sociedade, assim
como nos problemas que impedem uma relação amigável entre estes dois campos. A
ciência, com sua linguagem própria, exige níveis de formações escolar elevados
para sua compreensão, ficando a maioria dos indivíduos marginalizados do saber
científico, propriedade de poucos grupos sociais - apenas com condições
financeiras de adquiri-lo. Também muito do que se procurou - e procura -
desenvolver no campo científico serve aos interesses particulares ou de grupos
sociais, garantindo-lhes maiores poderes frente às minorias.
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